Ao menos 12 senadores articulam coligações para disputar governos estaduais em 2022

Ao menos 12 senadores articulam coligações para disputar governos estaduais em 2022



Ao menos 12 senadores podem tentar governos estaduais; políticos testam nomes e já articulam coligações

PORTO VELHO, RO - Com a proximidade das eleições, movimentações nos estados mostram que alguns senadores devem tentar eleições a governos estaduais. Dois terços dos senadores estão no meio do mandato, e poderão concorrer a governo sem risco de perderem o cargo de senador, o que os tranquiliza, já que eles podem se licenciar do Parlamento e, caso não ganhem a eleição, retornam ao Senado. Já 27 senadores estão no fim do mandato e, no caso desses, o que pesa é a real viabilidade de vencer uma eleição para governador. Caso contrário, o mais viável pode ser entrar na disputa pela cadeira no Senado.


Reguffe (PODEMOS)

Esse é o caso, por exemplo, do senador do Distrito Federal Reguffe (Podemos). O presidenciável Sergio Moro já o lançou como o nome da legenda para a disputa a governador do DF, e o senador tem sido apontado internamente como a viabilidade da sigla de bancar um chefe do Executivo no DF. Reguffe, entretanto, encerra mandato no próximo ano, e precisa escolher entre tentar a reeleição ou disputar o governo. O que pode pesar é uma das promessas feitas por Reguffe em 2014: não tentar a reeleição ao Senado.

Caso ele decida por tentar novo mandato na Casa, provavelnente vai disputar a vaga com a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, que é deputada federal e deve disputar o Senado pelo PL. Reguffe tem conversado com aliados e deve anunciar a decisão de disputar o governo do DF ou o Senado no início do próximo ano, observando pesquisas e entendendo qual o melhor cenário para colocar o seu nome. Oficialmente, Reguffe diz apenas que só falará de eleição em fevereiro ou março do próximo ano.


Izalci (PSDB/DF)

Também no DF, o senador Izalci Lucas (PSDB) já lançou a pré-candidatura ao GDF Caso siga com a ideia, ainda que perca o Executivo, continua com o cargo, pois o mandato dele vai até 2026. A ideia de Izalci sempre foi se unir com Reguffe e Leila Barros (Cidadania) para desbancar a reeleição do governador Ibaneis Rocha (MDB).

O nome de Leila Barros era cotado para vice-governadora, mas isso foi descartado, e ela ainda analisa o cenário junto com o Cidadania, legenda na qual se filiou recentemente. Uma possibilidade é que ela não se candidate a nada, e apenas apoie um nome no DF. Tanto Leila quanto Reguffe foram ao lançamento da pré-candidatura de Izalci em 15 de dezembro. Quando perguntado sobre o cenário, Izalci diz que está conversando com os dois colegas de bancada para caminharem juntos. “Estamos trabalhando por isso. A gente tem conversado muito se pode caminhar junto desde o início do mandato. Nós temos que unir força”, disse.

Santa Catarina


Dario Berger (MDB)

Outro senador cujo mandato se encerra em 2022 e que quer disputar o governo estadual é Dário Berger (MDB), de Santa Catarina. A disputa interna, entretanto, está acirrada, com outros dois nomes na jogada: o prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli, e o presidente do MDB no estado, deputado federal Celso Maldaner. Em setembro, a legenda chegou a publicar uma nota dizendo que o prefeito disputaria o governo, Celso sairia como vice-governador e Berger como senador. A nota foi substituída no mesmo dia por outra dizendo que a questão ainda seria conversada e que prevaleceria a voz da maioria.

O senador, então, começou a avaliar a ida à outra legenda para disputar o governo. Em nota à reportagem, a assessoria do senador afirmou que “no cenário atual de conjecturas e de conflito interno no MDB” do estado, Berger “tem recebido convites de outras legendas e priorizado a abertura de diálogo com todos que desejam construir um plano de desenvolvimento econômico e social para Santa Catarina.”

“É natural do jogo democrático. No entanto, segue atuando para viabilizar sua candidatura a governador pelo MDB. Esse é o seu desejo. Caso isso não se concretize, o senador avaliará qual caminho deverá seguir e informará de forma oficial”, pontuou. O senador tem discutido possibilidade de ir ao PSB, conforme dito pelo presidente Celso Maldaner, que afirmou que a sigla está “segurando a decisão” sobre quem disputará o governo.

“A bancada estadual está muito ligada com o governador Moisés (Carlos Moisés, que deve tentar a reeleição). Estamos vendo uma reunião de bancada estadual e federal para ver se conseguimos uma união de pensamentos, porque tem uma disputa interna e ainda não está definido”, ressaltou.

Alagoas


Rodrigo Cunha

No estado de Alagoas, deve haver uma eleição indireta no primeiro semestre deste ano, diante da ausência de vice-governador e com a provável renúncia do governador Renan Filho (MDB), filho do senador Renan Calheiros (MDB), para disputar o Senado Federal. Na disputa popular, quem tenta o cargo é o senador Rodrigo Cunha (PSDB). “Sou candidato a governador do estado. É uma possibilidade muito real (de vitória). As pesquisas mostram isso, nossa trajetória mostra isso, e é uma decisão a ser tomada em breve. Não tenho necessidade (de antecipar campanha). Quem está antecipando a campanha é porque precisa angariar apoio político”, afirmou.

Rondônia


Marcos Rogério

Defensor do governo de Jair Bolsonaro, o senador Marcos Rogério (DEM) é o mais cotado no seu grupo político para disputar a eleição ao governo de Rondônia. “Fico honrado em saber que o meu nome é apontado, mas estou focado em representar o meu estado como senador”, afirmou à reportagem. O parlamentar afirmou que deve ir ao PL em breve, e que a decisão sobre a sua candidatura será anunciada mais para frente. Ele vislumbra, ainda, projetos políticos em Brasília, mas disputará o cargo de governador se houver entendimento interno na legenda.

Outras disputas

Também defensor do governo, o senador Jorginho Mello (PL) se articula há meses para disputar o governo de Santa Catarina. Já no campo da esquerda, o senador Fabiano Contarato (ES), recém filiado ao PT, tem intenção de ser candidato a governador, mas aguarda definições internas. Na Bahia, o nome cotado para disputar pela legenda é o do senador Jaques Wagner, que já foi ministro no governo do PT e que concorreria ao governo contra ACM Neto (DEM).


Ranfolfe Rodrigues (Rede/AP)

O senador Randolfe Rodrigues (Rede), por sua vez, é cotado para disputar o governo do Amapá. À reportagem, ele afirmou que a questão ainda está sendo discutida, mas que há um conjunto de legendas que o indicam. O parlamentar, entretanto, preferiria que um outro nome com força suficiente surgisse, e ele pudesse concluir o mandato no Senado, mas ressalta que, “na política, a gente não faz o que quer, a gente faz aquilo que as circunstâncias indicam. Fui o resultado da renovação da política lá e queria que surgisse um nome do campo popular com esse perfil, com essa característica."


Rogério Carvalho (PT)

No estado de Sergipe, o senador Rogério Carvalho (PT) já é pré-candidato ao governo. As alianças ainda estão sendo discutidas, mas envolve PSB e Solidariedade. “Muita movimentação ainda vai acontecer, mas o cenário é favorável”, afirmou. O Cidadania, do senador Alessandro Vieira, pré-candidato à presidência da República, fica de fora desse grupo.

Eduardo Braga (MDB)

No Amazonas, o nome para a disputa é o do senador Eduardo Braga (MDB), que se movimentou durante a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid-19 levando discussões do estado para a comissão, diante do cenário caótico enfrentado em Manaus no início do ano. Na ocasião, houve falta de oxigênio e pacientes com Covid-19 morreram asfixiados dentro de unidades de Saúde. Na época, chegou a haver discussões acaloradas entre ele e Omar Aziz (PSD), também ex-governador e que deve disputar a reeleição ao Senado pelo estado.


Fonte: R7















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