Análise: após 100 dias, Flamengo de Paulo Sousa enfim tem a cara do técnico

Análise: após 100 dias, Flamengo de Paulo Sousa enfim tem a cara do técnico

Time demonstra quase todo seu potencial, ainda oscila na defesa, mas sente falta de Bruno Henrique no empate com o Palmeiras

Porto Velho, RO - O Flamengo cumpre o que havia planejado para a temporada 2022. E após 100 dias, o trabalho de Paulo Sousa dá frutos e demonstra quase todo seu potencial.

O plano era dar tempo ao técnico para que conseguisse mudar a cara da equipe em três meses. Passada a turbulência pela perda do Estadual, o time obteve a consistência esperada.

Em que pese a preocupação com um setor defensivo ainda vulnerável por certos momentos, o Flamengo é um time vertical, que constrói desde a saída de bola, e ataca com mobilidade e velocidade.

Paulo Sousa demorou para definir uma equipe base, mas ela parece ter nascido nos jogos contra São Paulo e Palmeiras, em que teve uma vitória e um empate no Maracanã.

Éverton Ribeiro, que esteve sob risco de ser barrado, enfim assumiu seu protagonismo nas últimas partidas, atuando como meia pela direita. Arrascaeta, destaque desde o começo do ano, mantém sua regularidade e foi quem mais se aproximou do gol no Maracanã.

Sob esses dois eixos criativos, Paulo Sousa construiu uma consistência maior. Que prevê participação sem bola na fase defensiva. E zagueiros, volantes e alas que saibam sair jogando.

Lázaro tem dado conta do recado na ausência de Bruno Henrique. E Isla enfim teve mínima sequência que deixa clara sua qualidade maior do que a de Rodinei e Matheuzinho.

Diante do Pameiras, a linha defensiva ainda se desorganizou por dentro, mas a equipe paulista não conseguiu surpreender em jogadas de profundidade pelas laterais.

Tanto Isla como Filipe Luís guardaram bem posição e subiram na boa para construir. O chileno atacou com inteligência e por pouco não deu nova assistência.

Na construção das jogadas, o Flamengo ainda é dependente de Éverton Ribeiro para a quebra de linhas e a transição ofensiva. João Gomes e Thiago Maia sofreram contra uma equipe melhor estruturada e de forte poder de marcação.

A falta do gol talvez possa ser explicada apenas pelao azar na pontaria de Arrascaeta em duas bolas na trave. Mas também se justifica pela dificuldade de outros jogadores ocuparem o espaço que Gabigol proporciona como Bruno Henrique faz.

Sem o atacante, que deve retornar contra o Athletico-PR sábado, o Flamengo fica menos fatal. E depende que seus meias completem as jogadas que eles mesmos começaram. Com Lázaro em queda no segundo tempo, Marinho não foi exatamente a solução.

Mas as formações e alterações se repetem. Nota-se nesse contexto o menor espaço para o centroavante Pedro, que encaixa menos em um jogo de alto nível técnico e velocidade.

Mas depois de 100 dias, Paulo Sousa pode dizer que tem um time com sua cara.


Fonte: O GLOBO
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