Relatório revela episódio de tortura no campo contra mulher LGBTQ

Relatório revela episódio de tortura no campo contra mulher LGBTQ

Denúncia consta no relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT), divulgado na segunda.

Porto Velho, RO - Rondônia é um dos três estados brasileiros que registraram casos de violência no campo contra pessoas LGBTQIA+ em 2021. A vítima, uma mulher sem-terra e lésbica, relatou ter sido torturada por cinco policiais em Nova Mutum Paraná, distrito de Porto Velho.

O dado é do relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT), divulgado nesta segunda-feira (18), que trata sobre aumento de mortes causadas por conflitos e massacres no campo.

A inclusão de informações sobre a comunidade LGBTQIA+ no levantamento da CTP é inédita. Ao todo, cinco pessoas do grupo foram vítimas de violência no campo durante o último ano: uma no Ceará, três no Pará e uma em Rondônia.

Relatos da vítima

Segundo depoimento da vítima, descrito no relatório, cinco policiais em duas viaturas foram até o Acampamento Tiago dos Santos no dia 16 de fevereiro de 2022. Ela contou que foi torturada para dar informações sobre a liderança do acampamento.

Os policiais teriam praticado violência com “insultos, ameaças e intimidação corporal e psíquica”. O relatório não especifica qual a força policial praticou a ação.

Crescimento de assassinatos no campo

Ainda conforme os dados da CTP, Rondônia foi o estado brasileiro com maior número de pessoas assassinadas em consequência de conflitos no campo.

Em todo o Brasil foram registrados 35 assassinatos por conflitos no campo, sendo 11 em Rondônia, onde também ocorreu um massacre em 2021.

Segundo análise exposta no relatório, a violência na região Amazônica reflete “não só a ferocidade da grilagem e do latifúndio, como também o emparelhamento protetor do Estado brasileiro ao setor ruralista”.


Fonte: Diário da Amazônia
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