Ucrânia retoma exportações de grãos, apesar de Moscou deixar acordo

Ucrânia retoma exportações de grãos, apesar de Moscou deixar acordo

País confirmou que 12 navios deixaram portos ucranianos

Porto Velho, RO -
Navios que transportam grãos deixaram os portos ucranianos nesta segunda-feira (31), apesar de a Rússia ter abandonado um acordo apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para garantir as exportações da área de guerra. Moscou não conseguiu retomar o bloqueio, que pode ter causado fome no mundo.

Sirenes de ataques aéreos soaram em toda a Ucrânia e explosões ocorreram em Kiev, enquanto a Rússia lançava mísseis em novos ataques aéreos. Autoridades ucranianas disseram que a infraestrutura de energia foi atingida, interrompendo o fornecimento de eletricidade e água em várias áreas.

A retomada das exportações de alimentos, a partir dos portos ucranianos, sugere que pelo menos um cenário terrível foi evitado por enquanto. Autoridades internacionais temiam que Moscou voltasse a impor bloqueio aos grãos ucranianos, depois que a Rússia anunciou, no sábado (29), que estava se retirando do programa apoiado pela ONU, que escolta navios de carga pelo Mar Negro.

"Navios de carga civis nunca podem ser alvos militares ou reféns. A comida precisa fluir", escreveu no Twitter Amir Abdullah, representante da ONU que coordena o programa.

Pouco depois, a Ucrânia confirmou que 12 navios haviam zarpado. As 354,5 mil toneladas de grãos que eles carregavam eram muito mais do que normalmente sai em um único dia, indicando que uma série de pedidos estava sendo liberada depois que as exportações foram interrompidas no domingo.

A Ucrânia e a Rússia estão entre os maiores exportadores mundiais de alimentos. Por três meses, o acordo apoiado pela ONU garantiu que as exportações ucranianas pudessem chegar aos mercados.

Moscou disse que foi forçada a desistir do acordo de transporte marítimo, depois de culpar Kiev por explosões que danificaram navios da Marinha russa em porto da Crimeia no sábado.

A Ucrânia não confirmou nem negou estar por trás dessas explosões, mas afirmou que a Marinha russa é alvo militar legítimo. Moscou disse que as explosões foram causadas por uma frota de drones marítimos e aéreos.

Os Estados Unidos acusaram a Rússia de usar comida como arma, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, afirmou que Moscou está "chantageando o mundo com fome". A Rússia negou as acusações, mas disse que, com suas forças navais danificadas, não era mais capaz de garantir transporte seguro.

Os ataques com mísseis da Rússia, durante hora de pico na manhã de hoje, repetiram tática que a Rússia seguiu neste mês, de atingir a infraestrutura civil ucraniana, especialmente usinas de energia.


Fonte: Agência Brasil
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