Rio Madeira - Seca 2024 — Foto: DNIT
O Rio Madeira é um dos maiores do mundo e passa por três países: Brasil, Bolívia e Peru. Ele possui quase 1,5 mil quilômetros de extensão em água doce e é o mais longo e importante afluente do rio Amazonas.
A técnica de dragagem é utilizada para desobstruir, remover ou escavar os sedimentos presentes no fundo dos rios e garantir a navegabilidade das embarcações quando os níveis estão muito baixos. Como consequência da seca, a navegação noturna está proibida desde julho no Rio Madeira.
Atualmente, o transporte de combustível entre Rondônia e Amazonas é realizado de forma fluvial: a saída acontece das cidades de Itacoatiara ou Manaus (AM) para Porto Velho (RO). O trajeto, que dura, em média, de 7 a 8 dia, passa a ser de 18 a 20 dias devido á proibição de navegação noturna.
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Rio Madeira - Seca 2024 — Foto: DNIT
Na quarta-feira (11), o Rio Madeira bateu recordes de mínimas históricas pelo quarto dia consecutivo: chegou a 58 centímetros, o menor nível já registrado desde que o nível do rio começou a ser monitorado, em 1967.
A imensidão de água do Madeira foi substituída por bancos de areias e montanhas de pedras que prejudicam a navegabilidade de ribeirinhos e de embarcações comerciais.
De acordo com (DNIT), responsável pelo serviço de dragagem na região, a técnica tem contribuído para que o Madeira continue sendo uma rota estratégica para transporte de produtos. A equipe trabalha no trecho entre Porto Velho e Manicoré, no Amazonas.
Como funciona?
A técnica de dragagem utilizada no Rio Madeira é a de sucção. A draga é equipada com um bocal de aspiração e tubos de jatos que jogam água nos sedimentos para desprendê-los do fundo do rio, depois o material é aspirado pelo tubo de sucção.
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Equipamento de dragagem no rio Madeira — Foto: DNIT
No processo, todos os tipos de solo, desde areia, cascalho até materiais compactos ou solos de materiais duros, como argila, rocha, entre outros, são retirados e depositados em barrancos em até 1 km de distância.
Todo o processo é acompanhado pelo DNIT e pela Marinha do Brasil, além de uma equipe técnica composta por cinco biólogos e especialistas em batimetria, que realizam a medição da profundidade do rio.
Entenda o cenário
Historicamente, outubro e novembro são os meses em que o rio fica mais seco. No entanto, o nível do rio Madeira começou a bater mínimas históricas já no mês de julho; depois disso, o cenário foi se tornando ainda mais crítico. No Dia da Amazônia, dia 5 de setembro, o Madeira ficou abaixo de 1 metro pela 1ª vez na história.
A escassez das águas, segundo o engenheiro hidrólogo e pesquisador em geociências pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), Marcus Suassuna, são causados por dois fatores:
O Oceano Atlântico Norte está mais aquecido que o normal, e mais quente que o Atlântico Sul.
Fenômeno El Niño, que causa atrasos no início da estação chuvosa.
A seca antecipada do rio Madeira, além de colocar Porto Velho em emergência, tem dificultado a navegação e, consequentemente, o escoamento de produtos: o que pode aumentar o preço do combustível no estado, segundo informações do Sindicato dos Petroleiros de Rondônia (Sindipetro).
Mais de 50 comunidades vivem às margens do Rio Madeira, em Porto Velho. A pescadora Raimunda Brasil mora na comunidade Bom Será há 15 anos e tem a pesca como principal fonte de renda. Com a seca extrema, a margem do rio "desapareceu", assim como o sustento da ribeirinha.
Fonte: Portal do Governo do Estado de Rondônia