A escolha do dia 20 de novembro se deu em alusão à morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, como resistência contra a escravidão: “A data é um símbolo de luta, resistência e orgulho. Esse é um momento para reforçar a luta contra o racismo e a necessidade de honrar as contribuições africanas na formação da sociedade brasileira”, defende o docente, citando que a influência da cultura africana no cotidiano brasileiro.
Ele lembra, por exemplo, o impacto de figuras como Pelé, o maior ídolo esportivo do país, que além de símbolo nacional, representa o legado africano. Segundo o docente do CEUB, as raízes africanas são uma parte essencial da identidade e da história do Brasil: “O nosso jeito de ser, enquanto brasileiros, não veio da Europa, mas sim da África. A cultura negra está presente na nossa culinária, música e esporte”, acrescenta.
Por outro lado, mesmo em tempos atuais, combater o racismo e o preconceito deve ser uma luta de todos os brasileiros, sobretudo pela herança mista da população. “Negar o racismo no Brasil é ‘tapar o sol com a peneira’. Ele existe sim e precisamos combatê-lo. Estudos apontam que, de cada cinco brasileiros que se consideram brancos, três possuem sangue africano ou indígena”, detalha Edson Violim.
Combate à intolerância e orgulho das raízes
Ao relembrar que o Brasil recebeu o maior número de africanos escravizados das Américas, enriquecendo uma elite que explorou a força de trabalho dessa população, o historiador reforça que o racismo é um problema estrutural e histórico. "Precisamos enfrentar essa questão com seriedade e manter a luta contra o racismo. Esse flagelo ainda marca nossa sociedade."
De acordo com o docente do CEUB, outro aspecto que preocupa é a intolerância religiosa, sobretudo contra religiões de matriz africana. “Os ataques a centros de umbanda e candomblé por grupos fundamentalistas são inaceitáveis e devem ser combatidos. A diversidade religiosa sempre será característica do Brasil”, finaliza.
Fonte: Tudorondonia.com