Alero entrega honrarias a mulheres que impulsionam avanços sociais e econômicos em Rondônia

Alero entrega honrarias a mulheres que impulsionam avanços sociais e econômicos em Rondônia


Solenidade ocorreu em Porto Velho (Foto: Divulgação)


Porto Velho, RO - A Assembleia Legislativa de Rondônia (Alero) promoveu na última segunda-feira (17), uma cerimônia de entrega de Títulos Honoríficos prevista no Requerimento 2776/2025, apresentado pela deputada Ieda Chaves (União Brasil). A cerimônia, realizada no auditório Amizael Gomes da Silva, reuniu autoridades, familiares e representantes de diversas instituições. A iniciativa buscou reconhecer histórias de mulheres que vêm fortalecendo a vida social, econômica e institucional do Estado com trabalho consistente e impacto real na vida dos rondonienses.

Receberam a honraria Antonielly Arce Rottoli, produtora rural e diretora da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja-RO), Andréa Luciana Damacena Ferreira Engel e Tânia Garcia, procuradora e promotora de Justiça, além de Tânia Mara Guirro, juíza de Direito.

Durante a solenidade, Ieda Chaves destacou que o reconhecimento vai além do simbolismo. Ela ressaltou que as homenageadas representam avanços concretos em áreas essenciais. “Estamos muito felizes por ter mulheres como vocês no nosso Estado. Na Justiça, mulheres que garantem equidade, que atuam com sabedoria, que são linha de frente na defesa dos direitos e no combate às desigualdades. Na gestão pública, mulheres que administram com transparência e visão estratégica, transformando teoria em políticas públicas eficazes que melhoram a vida da população. No agronegócio, mulheres que rompem com a imagem tradicional do campo, inovando, liderando e garantindo que nossa produção seja referência nacional e internacional”, destacou.

Vozes que ecoam

A solenidade reuniu vozes que reforçaram a força das mulheres rondonienses e evidenciaram desafios que ainda precisam ser superados. A presidente da Comissão da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – Seccional Rondônia, Patrícia Holanda, destacou que Rondônia nasceu do trabalho duro, daquele que começa antes do sol nascer e enfrenta estradas longas, distâncias e incertezas, a exemplo das mulheres envolvidas no agro.

Iniciativa em reconhecimento ao protagonismo feminino é realizada na Casa (Foto: Divulgação)

“Que iniciativas como esta se traduzam em leis e ações concretas de proteção social, incentivo à produção sustentável e combate à violência e à discriminação que ainda atingem tantas mulheres do campo”, contribuiu Patrícia ao agradecer as homenageadas por mostrarem que Rondônia pode ser exemplo de força, coragem e protagonismo feminino em todas as esferas”.

A advogada e coordenadora da Rede Lilás, Rosimar Francelino Maciel, destacou a urgência de fortalecer as políticas de proteção às mulheres durante a homenagem realizada na Alero. Em seu depoimento, ela lembrou que a rede de enfrentamento à violência em Rondônia é mantida por profissionais que atuam com responsabilidade e sensibilidade diante de casos que revelam desigualdades ainda presentes no estado.

Mesa diretiva da solenidade (Foto: Divulgação)

“Hoje, ao homenagearmos todas vocês, precisamos lembrar e dar voz às mulheres, especialmente às histórias que escuto todos os dias, que todas nós escutamos todos os dias. Mulheres que, muitas vezes invisíveis nos espaços públicos, enfrentam diariamente barreiras e violências silenciosas. [...] Elas revelam uma sociedade ainda marcada por preconceitos e desigualdade de gênero, onde o talento e a força das mulheres muitas vezes são sufocados por olhares e atitudes que tentam limitar seus espaços e suas vozes”, falou.

Ciclo da violência segue em pauta


A 3ª sargento Priscila Mendes, que atua na Coordenadoria de Atividades Sociais (CAIS) da Polícia Militar de Rondônia e integra a Patrulha Maria da Penha (PMP) desde sua criação, em 2019, apresentou um relato claro sobre os desafios da prevenção à violência doméstica no Estado e destacou o trabalho essencial desenvolvido pela CAIS, voltado ao rompimento desse ciclo de violência.

Cerimônia reconheceu trajetórias femininas (Foto: Divulgação)

“O CAIS cumpre um papel central nas políticas públicas do estado porque ali realizamos o que há de mais eficaz: a prevenção, como no Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), na Polícia Militar Mirim e na própria PMP”, afirmou Priscila. Ela alertou para o avanço dos feminicídios no país e lembrou que o Brasil ocupa a 5ª posição mundial no que se refere ao assassinato de mulheres. “A região Amazônica aparece nesse ranking. Temos alguns agravantes, como a maior fronteira em comparação ao restante do país e, com isso, o aumento do tráfico de armas, do tráfico de drogas e o crescimento das facções”, enumerou Priscila.

Apesar do cenário desafiador, a sargento afirmou que Rondônia pode se tornar referência nacional em políticas de enfrentamento, desde que haja integração entre as instituições e fortalecimento contínuo das ações preventivas. “E eu acredito, sim, que a região Norte pode ser um retrato no cenário nacional de mudança, com políticas públicas, com pessoas experientes, habilidades”.

"Quando uma mulher fala, ela tira outra do silêncio"


“Hoje celebramos trajetórias que abriram caminhos, que romperam barreiras e que muitas vezes, em silêncio, sustentaram lutas que não cabem em palavras. Muitas mulheres que, com coragem e sensibilidade, fazem do serviço um espaço de justiça, acolhimento e esperança. Como mulher e como defensora pública, sinto profundamente que cada uma de nós carrega dentro de si uma história de resistência. E é dela que brota a capacidade de cuidar, de lutar, de transformar realidades, mas principalmente de inspirar novas gerações”, disse Késia Abrantes, representante da Defensoria Pública do Estado de Rondônia (DPE/RO), ao reconhecer a sensibilidade de Ieda Chaves e a dedicação em promover esta homenagem.

Diversas autoridades foram homenageadas (Foto: Divulgação)

Em seguida, a defensora pública falou de sua esperança a partir da solenidade, ou seja, que não seja apenas aplausos, mas um compromisso: “Construirmos juntas um Estado onde todas as mulheres possam viver com dignidade, respeito e plenos direitos. Eu sempre digo que quando uma mulher fala, ela tira outra do silêncio, as mulheres silenciadas pela violência doméstica, pela subjugação e muitas vezes pela desigualdade econômica em relação aos homens”, acrescentou Késia.

Provas diárias de capacidade

Ao usar a tribuna, a deputada federal Silvia Cristina (PP) afirmou que conhece profundamente os desafios enfrentados pelas mulheres, já que também precisou provar sua capacidade ao longo da trajetória no dia a dia. “Sem perder a doçura e a sensibilidade que nós, mulheres, carregamos. Quantas vezes somos subestimadas apenas por sermos mulheres?”, questionou.

Ela destacou ainda que, mesmo diante das dificuldades, é necessário seguir firme, com fé, coragem e determinação. “Não tenho dúvidas de que uma homenagem como esta, concedida a todas as mulheres aqui representadas, funciona como combustível. Traz estímulo, força, perseverança e resiliência para que possamos continuar avançando”.

Reconhecimento e estímulo

Ao encerrar, Ieda Chaves parabenizou todas as homenageadas e destacou que a honraria não se encerra no ato de entrega. Segundo ela, “o reconhecimento deve servir como estímulo para que sigam abrindo caminhos e influenciando positivamente futuras gerações”.

Reconhecimento marca a cerimônia proposta por Ieda Chaves (Foto: Divulgação)

Serviço

Clique aqui e assista a transmissão da cerimônia.

Texto: Etiene Gonçalves I Jornalista
Foto: Divulgação
Fonte: ALE/RO

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