Porto Velho, RO – O Pix, sistema de pagamento instantâneo que revolucionou o Brasil, completou cinco anos no domingo (16) no centro de uma guerra comercial. A popularidade massiva e o controle estatal da ferramenta foram usados pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como justificativa para acusar o país de "práticas desleais" e impor tarifas pesadas.
A ofensiva foi formalizada em julho de 2025 pelo Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR), que abriu uma investigação formal contra o Brasil citando nominalmente o Pix. O órgão alegou que o governo brasileiro favorecia seu próprio sistema de pagamento eletrônico, prejudicando empresas norte-americanas.
Para a administração Trump, o sucesso do Pix não foi uma inovação, mas uma barreira de mercado. Por ser gerido pelo Banco Central, gratuito para pessoas e de baixo custo para empresas, o sistema brasileiro teria minado o potencial de lucro de gigantes dos EUA que atuam no país, como Visa, Mastercard e a Meta (dona do WhatsApp Pay).
Analistas apontam que a investigação serviu como ferramenta legal para que Trump cumprisse a promessa de campanha de aplicar um "tarifaço" contra o Brasil. Como resultado, os Estados Unidos impuseram uma tarifa total de 50% sobre produtos brasileiros – uma sobretaxa de 40% sobre os 10% que já eram cobrados.
Ao enquadrar o maior caso de sucesso em inclusão financeira do Brasil como uma prática desleal, os EUA transformaram o Pix no mote formal para uma guerra comercial entre os dois países.
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